Chapter fifty-five

Júnior voltou pra Barcelona no dia seguinte do casamento da Bella, em falar na minha amiga, ela e o Gui foram passar a lua de mel em Maldivas, ela me manda fotos de lá todos os dias e está gravando muitos e muitos snaps, nunca vi um lugar tão lindo como aquele, e tudo fica mais bonito quando se está feliz e feliz é uma coisa que a Bella está desde que conheceu o Gui. Lembram quando falei que tive um mioma uterino e tive que retirá-lo? Então, o bonitinho não se viu satisfeito e apareceu novamente, minha cirurgia pra retirada dele está marcada pra essa sexta feira, fiquei um pouquinho nervosa, pois a médica disse que esses miomas prejudicam e muito na hora de tentar engravidar, e eu ainda queria pelo menos ter mais um filho, dar um irmãozinho pra Catarina.


Sexta-feira, 24 de novembro de 2017.
Acordei com meu celular despertando as 06:00 da manhã, hoje era o dia da cirurgia e estava marcada pras 09:00, levantei e fui direto pro banheiro, fiz minhas higienes e entrei direto no box, tomei um banho um pouco demorado, saí enrolada na toalha, peguei a roupa que já tinha separado no dia anterior e me vesti, calcei um sapatenis, peguei minha bolsa e saí do quarto, deixei a bolsa em cima do sofá e fui pro quarto da Catarina. Essa semana todinha fizemos um teste com a Cat, encostei o berço na parede e abaixei a grade dele, para ver se ela já podia dormir na cama e por enquanto deu tudo certo, assim que eu me recuperar da cirurgia, vamos tirar o berço e deixar apenas a cama. Fui pro banheiro do quarto dela e liguei o chuveiro pra água ficar morninha, organizei suas coisinhas e voltei pro quarto para acordá-la.
Manu: filha, acorda- passei a mão pelo seu rostinho- vamos dorminhoca- fiz cosquinha na barriga dela e ela abriu os olhinhos-
Catarina: oi mamãe
Manu: oi, vamos tomar banho?- ela esticou os bracinhos e peguei-a no colo, quando ela acorda fica toda manhosa e não quer sair de perto e mim, coloquei-a em cima da cadeirinha e tirei seu pijama e sua fralda, coloquei ela debaixo do chuveiro e fui ajudando-a tomar banho, mas ela não me deixou fazer muita coisa-
Catarina: eu já sou gande, mamãe
Manu: grandona- ri, ela terminou, ajudei-a se enxaguar e desliguei o chuveiro, enrolei-a na toalha e fomos pro quarto, coloquei-a em cima do berço e sequei-a, coloquei sua fralda, vesti-a com o uniforme da escola, calcei sua sandália-
Catarina: mamãe, faz uma trança no meu cabelo- sorri-
Manu: claro, meu amor- ela virou de costas pra mim e comecei a fazer a trança-
Catarina: mamãe, não quero mais trança
Manu: ué- ri-
Catarina: quero meu cabelo igual o seu
Manu: então deixa a mamãe pentear- peguei a escova e penteei seu cabelo, passei um óleo e depois a perfumei- pronto. A mamãe vai preparar seu café da manhã, escolhe uma boneca pra levar pra escolinha e pega sua mochila ta bom?- ela assentiu, dei um beijo nela e saí de seu quarto, fui pra cozinha e a Cris já estava ali, dei bom dia e comecei a preparar o leite da Catarina, peguei o bolinho que ela adora, ela chegou na cozinha com a boneca Debs- hum, hoje é o dia da Debs passear?
Catarina: é, ela falou que queria ir comigo- foi até a Cris e deu um beijo nela-
Manu: ah é?- ri- ela vai adorar- coloquei ela sentada e ela começou a comer, preparei um iogurte com granola pra mim e sentei junto com ela, assim que ela terminou, coloquei tudo dentro da pia e fui com ela pro banheiro, escovei seus dentinhos, depois fomos pro meu quarto, escovei meus dentes, peguei meu celular e fomos pra sala- Cris, to indo
Cristina: eu vou descer com vocês- assenti, peguei minha bolsa e a Cris pegou a da Cat, saímos de casa e fechei a porta, Catarina pediu pra apertar o botão do elevador e eu a levantei, entramos e descemos-
Catarina: mamãe, deixa eu ir de cavalinho?
Manu: claro, vem cá- peguei-a e coloquei-a de cavalinho em cima de mim, saímos do elevador e fui pulando com ela até o carro, ouvir essa gargalhada gostosa de manhã é a melhor coisa- vamos tirar foto com a mamãe- peguei meu celular e bati uma foto de nós duas antes de entrar no carro, coloquei-a na cadeirinha-
Cristina: vai com cuidado ta?! e a cirurgia vai dar tudo certo- abracei ela-
Manu: obrigada Cris, na hora de buscar a Cat chama um táxi ta?!- ela assentiu, mandei beijos e entrei no carro, dei partida e coloquei o CD da Galinha Pintadinha e fui ouvindo a Catarina cantar as músicas até a escola. Estacionei em frente sua escola, desci do carro e entrei na parte de trás do carro- filha, hoje não é a mamãe que vai vir te buscar
Catarina: por que?
Manu: porque a mamãe vai no médico e não vai da pra vir, mas a Cris vai está aqui no horário da saída ta bom?
Catarina: você ta dodói, mamãe?
Manu: não, meu amor, mamãe só vai ver o médico
Catarina: a tarde a gente vai se ve?
Manu: bem de tardezinha, meu amor
Catarina: ta bom, mamãe
Manu: agora vamos descer né?!- desci do carro e dei a volta, abri a porta e tirei-a da cadeirinha, peguei sua mochila e fomos até a entrada, me agachei na sua frente- se comporta ta?!- ela assentiu- agora da um beijo aqui- ela deu um beijo na minha bochecha e depois me abraçou bem apertado, o que não é normal-
Catarina: te amo, mamãe
Manu: mamãe também, meu amor- sorri, dei um beijo em sua testa e ela entrou correndo na escolinha, fiquei vendo-a até encontrar com a professora e depois voltei pro carro, dei partida e fui pro hospital. Deixei meu carro no estacionamento do hospital e antes de descer fiz uma oração pedindo proteção, desci e fui entrando, peguei meu celular e fiquei olhando pra foto que tirei com a Catarina, essa menina mudou minha vida.
manusettanni: sempre por você!

Não olhei os comentários porque quando vi já estava na recepção do hospital, falei com a recepcionista, dei meus dados e ela pediu pra eu aguardar. Esperei uns vinte minutos e logo a minha médica anunciou meu nome, levantei e fui até sua sala, bati na porta e entrei.
Dra Paola: bom dia, Manu
Manu: bom dia, doutora
Dra Paola: eu já te expliquei sobre esse procedimento que vamos fazer, mas só vou dar uma ressaltada. Nós vamos fazer a miomectomia abdominal, que é uma cirurgia semelhante a cesária, nós vamos fazer um corte na região da pelve até o útero e retiramos o mioma
Manu: e a cicatriz é muito grande?
Dra Paola: tentaremos fazer o menor possível e os pontos serão internos, fazendo com que a cicatriz não apareça muito- assenti- vamos lá?
Manu: vamos- antes tive que assinar uns papéis, uma enfermeira pegou todos os meus pertences e me deu uma roupa pra vestir, entreguei minha roupa a ela e deitei na maca, fui levada ao centro cirúrgico e assim que deram a anestesia geral eu não vi mais nada [...] Abri os olhos bem devagar, sentia meu corpo muito cansado e muita dor no abdômen, olhei pro lado e minha mãe estava sentada na poltrona lendo um livro-
Manu: mãe
Regina: filha- ela se levantou e veio até mim- tudo bem?
Manu: aham, só to com dor no abdômen 
Regina: ah isso é normal né?! da outra vez você sentiu também
Manu: sim, a médica disse quanto tempo vou ter que ficar de molho?
Regina: no mínimo duas semanas, ai quando você for voltar pra faculdade não pode carregar peso e nem subir escadas- assenti- ta com fome?
Manu: to,mais prefiro esperar a comida do hospital, porque não sei se posso comer tudo
Regina: vou avisar as enfermeiras que você acordou- assenti, ela saiu do quarto e voltou uns minutinhos depois- seu celular- me entregou- Juninho já ligou quatro vezes pra saber
Manu: vou ligar pra ele- ela assentiu, mandei mensagem pra Bella primeiro e depois disquei o número do Júnior.
inicio
Júnior: oi amor
Manu: e se não fosse eu?
Júnior: seria quem?- ele riu-
Manu: minha mãe- ri-
Júnior: mas é você, e ai, tudo bem?
Manu: tudo e você?
Júnior: to bem, como foi a cirurgia? 
Manu: eu sei lá, se tem que perguntar pra médica
Júnior: ah você me entendeu, Manuela- ele riu- ta com dor?
Manu: um pouco
Júnior: bem que você podia vir pra ca né?!
Manu: preciso ver com a médica
Júnior: ta bom, ve e me fala. E a Cat, como ta?
Manu: ta bem, hoje ela ficou meio estranha quando falei que não ia buscar ela, acho que ficou com medo
Júnior: tão pequena e já sentindo essas coisas
Manu: quero ir pra casa logo pra ver ela, mas acho que a médica me libera só mais tarde- ouvi  alguém chamar ele-
Júnior: amor, vou ter que desligar, qualquer coisa me liga ta?
Manu: ta bom, da um beijo em todo mundo ai
Júnior: ok, beijos
Manu: beijos
término
Assim que desliguei a doutora Paola entrou no quarto, fez várias perguntas pra mim e me deu várias recomendações, como não subir escadas, pegar peso, tentar ficar em repouso e usar uma cinta pra diminuir o inchaço na região do abdômen, ela disse que me daria alta daqui algumas horas e saiu. Fiquei conversando com a minha mãe e com as meninas no celular [...] Fiquei mais três horas e meia no hospital, a doutora Paola assinou minha alta, troquei de roupa e saí com a minha mãe.
Manu: você veio de carro?
Regina: não, seu pai me deixou aqui e foi pra editora- assenti, fomos pro estacionamento, ela pegou a chave do meu carro e me ajudou a entrar no carro, ela entrou e deu partida, saímos do estacionamento e fomos pra casa [...] Minha mãe abriu a porta do meu apartamento e a Catarina que estava na sala brincando assim que me viu veio correndo na minha direção e abraçou minhas pernas-
Manu: sentiu saudades?
Catarina: muito, mamãe. Onde você tava?
Manu: mamãe foi no médico, filha
Catarina: você ta dodói?- sentei no sofá-
Manu: só fiz um cortinho na barriga
Regina: Cat, olha aqui pra vovó- segurou nas mãozinhas dela- a mamãe fez um dodói na barriga, então ela não vai poder pegar você no colo, brincar e levar na escola por um tempinho ta?!
Catarina: a mamãe sempre me levou na escola, vovó
Regina: eu sei, amor, mas agora ela não pode levar, mas sabe quem vai te levar e buscar todos os dias?
Catarina: quem?
Regina: a tia Louisa e a tia Cris
Catarina: é verdade mamãe?
Manu: é meu amor, a mamãe não vai poder levar você na escola, mas vai ficar o dia todinho com você- ela abriu um sorriso lindo e eu sorri também. Minha mãe iria passar a noite aqui hoje e amanhã iria direto pro trabalho, ficamos brincando e conversando com a Cat, tudo o que ela fazia com as bonecas vinha mostrar pra mim.

***

Faz três dias que eu só fico em casa e já não estou mais aguentando isso, o Júnior está insistindo muito pra eu ir pra Barcelona com a Catarina, mas acabei esquecendo de perguntar pra doutora se eu podia viajar, então já liguei no hospital e deixei recado com a recepcionista e agora estou esperando ela retornar. A tia Louisa está levando a Cat esses dias na escola e por incrivel que pareça, minha filha está adorando, saí de casa toda animada e antes de ir pra escola passa no meu quarto pra me dar um beijo. Levantei da cama era quase dez horas, tomei um banho e me vesti, arrumei minha cama e fui pra cozinha, a Cris não estava ali, provavelmente deve ter ido resolver algumas coisas dela. Preparei uma salada de frutas e comi tudinho, lavei a louça e fui pra sala, liguei a TV e procurando algo pra assistir, parei na FOX que estava fazendo maratona de The Walking Dead, ouvi o interfone tocar e levantei com cuidado, fui até o interfone e atendi.
Manu: quem?
Alfredo: Maísa
Manu: não conheço nenhuma Maísa, seo Alfredo
Alfredo: ela disse que é mãe da Natasha- assim que ouvi esse nome, gelei, não é possível que depois de tanto tempo esse povo ainda vai importunar minha vida-
Manu: pode falar pra ela subir, seo Alfredo- ele concordou e eu coloquei o interfone no gancho. Fui até a cozinha e bebi um copo d'água pra tomar coragem pra enfrentar a mãe da Natasha. A campainha tocou e fui até a sala, atendi e me deparei com uma senhora não muito velha-
Maísa: você é a Manuela?
Manu: sim, o que a senhora quer comigo?
Maísa: eu queria conversar, não vou fazer nenhum mal a você- nesse momento agradeci mentalmente a Deus por a Catarina e a Cris não estarem aqui- posso entrar?- dei passagem e ela entrou, fui até o sofá e sentamos-
Manu: então
Maísa: você não tem noção do quanto o Juninho está sendo bom pra gente, ele tem nos ajudado tanto e todas as vezes que vem pro Brasil vai ver a Natasha lá em casa e ainda leva a Catarina- oi? dei um sorriso forçado e ela sorriu- mas de uns dias pra ca a Natasha vem falando muito o seu nome
Manu: meu nome? ela ta conseguindo falar?
Maísa: sim, ela fala, mas bem enrolado. Eu vim aqui pra te pedir pra ir visita-la- tratei de interrompe-lá logo, porque isso está fora de cogitação-
Manu: eu fiz uma cirurgia a pouco tempo e não posso sair de casa
Maísa: por favor, Manu, a minha filha não para de chamar seu nome e a qualquer momento ela pode deixar esse mundo, eu queria fazer tudo o que estivesse ao seu alcance, por favor
Manu: eu não sei se deveria fazer isso, a sua filha causou muito sofrimento pra mim e ainda tentou matar a minha filha, já não bastante ter tomado o meu posto de mãe e quando eu consigo reconquistar esse lugar, ela atira na minha filha? Desculpa, dona Maísa, mas a senhora como mãe sabe como um filho é tudo na nossa vida e não é só porque eu sou nova demais que não sei nada do que a senhora sabe, minha filha é a minha maior felicidade e minha maior preocupação e quando vi a Natasha com a arma na direção da minha filha, eu entrei em desespero, então me desculpa, não conseguiria olhar pra cara da sua filha
Maísa: Manu, eu te entendo e não apoio nada disso que minha filha fez, ela cometeu um erro terrível e eu não apoio nada disso, já crucifiquei muito a Natasha pelo que ela fez, mas ela está num estado terminal, então não tenho mais motivos pra ficar martirizando ela com esse assunto e você também não, sua filha está bem, feliz e super saudável, então por favor, realiza esse desejo da minha filha, eu to aqui como mãe e me preocupo com ela- mas que saco, por que essa menina tem que ficar falando meu nome? vai Manuela, faz a boa ação do dia, do mês, do ano-
Manu: ta bom, eu vou- ela sorriu- vou trocar de roupa- deixei ela ali e fui pro meu quarto, mandei uma mensagem pra Bella avisando sobre tudo isso e pedi pra Cris buscar a Catarina na escola e levá-la ao parque Ibirapuera depois, coloquei uma calça jeans, peguei minha bolsa e as chaves do carro, voltei pra sala- vamos?- ela assentiu, saímos do meu apartamento e descemos-
Maísa: eu vim de carro
Manu: prefiro ir com o meu- ela não disse nada, ela saiu no térreo e eu fui pra garagem, eu estou realmente fazendo uma coisa que não posso por uma menina que só me fez mal, realmente Manuela, você é um anjo. Entrei no meu carro e saí do meu prédio, avistei a mãe da Natasha, ela entrou no carro e arrancou, segui-a e ela me levou até o bairro São Miguel Paulista, olha o fim do mundo que eu me meti, eu juro que mato o Neymar por trazer minha filha nesse lugar. Ela estacionou o carro e eu estacionei logo atrás dela. Desci e haviam várias pessoas na rua, crianças, adolescentes, senhoras, moças e todos eles ficaram me olhando-
xxx: olha, é a namorada do Neymar- olhei pra menina que falou e dei um sorriso forçado-
xxx2: o que essa mulher veio fazer aqui Maísa?
xxx3: ela é a culpada de tudo, Maísa
Maísa: a Natasha está chamando por ela- olhei pra essa mulher e olhei-a incrédula, então ela concorda que eu sou a culpada de tudo?-
Manu: desculpa, mas eu vou embora
Maísa: não, por favor
Manu: não vou ficar num lugar onde estou sendo apedrejada, sendo que sou a inocente da história
xxx: se você não tivesse acordado a nossa Natasha estava numa vida bem melhor
Manu: ah então você quer dizer que ela só estava com o Neymar por dinheiro? e agora eu tenho culpa de não ter morrido?- ri irônica-
Maísa: Manu, vamos entrar- ela colocou a mão no meu braço e eu puxei-
xxx3: o sujeitinha metida- olhei pra mãe da Natasha e passei por ela, ela me mostrou na onde era a casa e entramos-
Maísa: desculpa por tudo aquilo lá fora- não respondi e ela foi caminhando até chegar num quarto, entrou e eu fiquei do lado de fora, porque provavelmente era o quarto da Natasha e eu não estava preparada para vê-la novamente- filha, a mamãe trouxe uma visita pra você. A Manu está aqui- respira Manuela, respira- Manu, pode entrar- parei na porta do quarto e a vi deitada, toda torta, ela estava horrível e eu fiquei muito assutada de vê-la daquele jeito. 

Se vocês acharam que a Natasha finalmente daria paz, vocês se enganaram, mas tudo vai acabar bem, juro. No próximo capítulo vou tentar fazer um momento Manu, Neymar, Catarina e Davi. Comentem bastante. Beijinhos